IRIDOLOGIA e sua evolução a IRIDOSSOMATOLOGIA
Na medicina natural e alternativa, a iridologia é uma forma de diagnóstico realizada através da observação da íris, uma das estruturas mais complexas do corpo humano. Os historiadores apontam para a existência desta prática já na antiga China e Grécia, tendo sido divulgada e aperfeiçoada com mais afinco desde o século XVII.
É um método bem definido e de fácil aprendizagem para identificarmos alterações orgânicas que se expressam na aparência da íris. A grande sensibilidade da musculatura da íris indica disfunções sutis, permitindo a percepção de alterações específicas do organismo integrada com o corpo todo. Situações agudas, crônicas e mesmo predisposições individuais antes que se manifestem na forma de doença, podem ser percebidas nitidamente por alterações na íris.
Olhar e interpretar a íris poderia fazer parte de nossa cultura geral, permitindo monitorar a situação de saúde de nossos entes queridos, complementando e supervisionando o cuidado terapêutico que possam receber. Induz também uma postura ativa na busca da saúde, evitando relegar somente ao terapeuta esta tarefa.
A íris é uma membrana muscular, organizada em camadas, onde músculos orbiculares fecham o orifício chamado pupila, e músculos radiais que abrem este orifício central, regulando a quantidade de luz que incide sobre a retina. Ao olharmos os olhos de uma pessoa, descontamos as piscadas e os movimentos involuntários, e veremos o reflexo da lanterna ou das luzes do ambiente na córnea. Abaixo desta lente temos outro espaço invisível, com líquido, também invisível, e depois vemos a íris, que ao ser iluminada em diferentes ângulos oferecerá imagens com relevos resultantes da hipotonia dos músculos radiais e orbiculares nos seus diferentes planos de profundidade.
O aprendizado da projeção dos órgãos na íris e os significados básicos das lesões resultantes de doenças ou fragilidades constitucionais é um instrumento valiosíssimo para os profissionais de saúde, complementando e até mesmo suplantando exames de alta tecnologia, pois permite o monitoramento da evolução clínica em curto tempo, complementando as análises sorológicas e de imagens. Especialmente para aqueles que têm uma perspectiva holística, a análise da íris integra o raciocínio entre os diversos aspectos orgânicos e comportamentais.
Alguns sites ensinam avaliar sua própria íris (em inglês ) e outros outros expõem diversos exemplos em cada situação patológica.
Em língua portuguesa temos livros de iridologia do Aureo Augusto, Márcio Bontempo, Arnaldo Valentim Gauer e do Celso Batelo que são bastante elucidativos.
Em espanhol temos o Lamazzeta e em inglês o Bernard Jansen(iridologia sistêmica – aquela que analisa a projeção dos órgãos nos setores e anéis da íris).
Os olhos são as janelas do corpo?
Os iridologistas acreditam que, através da análise da íris, é possível fazer um check-up do nosso estado de saúde, descobrindo eventuais desequilíbrios. O corpo transmite à íris, através de sinais, marcas, alterações de cor e de padrões, um quadro clínico físico e/ou emocional da pessoa em questão. Uma técnica holística que permite “olhar para dentro do corpo” e verificar o funcionamento do organismo, descobrir quais as zonas mais fortes e quais aquelas que estão sobrecarregadas com toxinas. Porém, importa esclarecer que a análise iridológica não determina se uma pessoa sofre de determinada doença intestinal, por exemplo, mas alerta para a existência de alguma instabilidade ou inflação nesse órgão. Apresenta-se, acima de tudo, como um método de diagnóstico precoce e de prevenção, revelando a origem do mal-estar físico, psíquico ou emocional.
A consulta
Na consulta de iridologia, e para além das habituais perguntas – relativamente ao atual estado de saúde e queixas relevantes, profissão, ritmo de trabalho, dieta, funcionamento intestinal, qualidade do sono, rotina de exercício físico, ocupação de tempos livres, relacionamentos – o iridologista utiliza equipamentos tão diversos como lanternas, lentes de aumento, câmaras ou lâmpadas de fenda para efetuar um exame detalhado da íris. Através da observação de desenhos, raios, buracos, pontos ou mudanças de cores, o iridologista compara essas zonas da íris com gráficos que mostram a sua zona correspondente no corpo humano. Regra geral, as “tabelas ou mapas da íris” dividem esta em cerca de 90 zonas distintas. Diz-se, não raras vezes, que os “olhos são o espelho da alma” e, no caso da iridologia, não só se aplica (nomeadamente no diagnóstico de perturbações emocionais), como vai mais além, uma vez que as alterações refletidas na íris são ainda um espelho das perturbações físicas de determinado órgão ou sistema.
O diagnóstico parte 1
A observação da íris, e conseqüente comparação com a sua tabela, indica o atual estado dessa zona do corpo. Por exemplo, pode apontar para uma “inflamação aguda” ou “inflamação crónica”, o que significa que o órgão correspondente necessita de ser vigiado ou mesmo tratado. Outros diagnósticos incluem os “anéis de contração”, “klumpenzellen”, a identificação de deficiências nutricionais e/ou minerais, se o sangue está limpo ou intoxicado, se existe algum tipo de contaminação, qual a emoção ligada a esse mal-estar e o que necessita para ser eliminado… são, no fundo, um conjunto de sinais que, se não forem tratados a tempo, podem desencadear vários tipos de doenças.
O diagnóstico parte 2
Para além de uma detecção precoce de sintomas físicos, a iridologia vai mais longe: os especialistas desta terapia alternativa afirmam que a observação da íris permite ainda determinar os processos de aprendizagem da pessoa, a forma como se expressa, como se relaciona com aqueles que a rodeiam, os seus pontos de stress, se é introvertida ou extrovertida, que tipo de profissional é, se sofreu algum trauma e em que idade… o que permite um tratamento eficaz de distúrbios emocionais e psicológicos.
O resultado
O valor de um exame iridológico varia muito e trata-se de uma técnica não-invasiva e indolor (o paciente apenas terá de suportar a intensidade da luz dos diferentes equipamentos), é muitas vezes recomendado em conjunto com outros exames ou terapêuticas, sendo uma “segunda opinião” plausível, para acrescentar a consultas médicas e métodos diagnósticos convencionais. Uma consulta de iridologia é, assim, o primeiro passo para a prescrição de hábitos de vida saudáveis e tratamentos adequados, como a homeopatia, a acupunctura, a aromaterapia ou o aconselhamento psicológico, entre outros.
De onde vem a iridologia?
A história diz-nos que, milhares de anos antes de Cristo, já os chineses e os tibetanos relacionavam as alterações e as marcas dos olhos com as perturbações ou anomalias dos órgãos internos. Os filósofos da antiga Grécia, incluindo o pai da medicina moderna Hipócrates, atestaram esta sabedoria milenar em vários trabalhos escritos que foram encontrados, juntamente com outros, no famoso centro de estudos de medicina do século IX, a Escola de Salerno. No entanto, a primeira obra publicada com informação sobre a iridologia e os seus princípios surge em 1665, pela mão de Phillipus Meyeus que lhe atribuiu o título “Chiromatica Medica”. Um pouco mais tarde, em 1695, a iridologia tem direito a um livro inteiro, com a publicação de “Os olhos e os seus sinais”, de Cristian Haertls.
Porém, a palavra “Augendiagnostik”, que significa precisamente “diagnóstico do olho”, surge apenas no século XIX, graças ao médico húngaro Ignatz von Péczely. Reza a história que em criança, Ignatz von Péczely terá tratado de uma coruja com uma pata partida, tendo descoberto, na mesma altura, um sinal ou uma espécie de linha na íris da coruja, que foi desaparecendo à medida que a sua pata se curava. Uma “coincidência” que o médico húngaro aplicou no seu quotidiano profissional e que o levou a elaborar o primeiro mapa iridológico.
Apesar de muito polêmico na altura e alvo de duras críticas, houve muitos seguidores de Ignatz von Péczely: o alemão que descobriu e descreveu novos sinais iridológicos, levando-a fundar o Instituto Felke no século XX; Bernard Jensen, um quiroprata que difundiu a iridologia nos Estados Unidos, aperfeiçoou o mapa iridológica e deu aulas sobre esta e outras terapias naturais. Seguiram-se muitos outros estudiosos da iridologia, caso de P. Johannes Thiel e Eduard Lahn (germânicos), Adrian Vander (espanhol), Daniele Lo Rito (italiano), Arnaldo Valentim Gauer, Celso Batello e Maria Aparecida dos Santos (brasileiros), e Denny Johnson (norte-americano).
É a este último investigador que se deve o desenvolvimento de dois importantes métodos aplicados à iridologia – o “Rayid-ray” (“raio”) e o “id” (“subconsciente”) – que permitem a identificação de personalidades, tendências e relacionamentos de atração e rejeição, através da simples observação da íris. O próprio Denny Johnson um dia escreveu:
“O olho é um farol de luz que flui e afeta profundamente cada uma das células do corpo, inundando-o com um chuveiro de vitalidade invisível. Quantas vezes já se viu forçado a virar a cabeça, só para encontrar alguém a olhar na sua direção? A causa desta reação é a percepção subconsciente da luz concentrada na sua direção…”
Hoje, a iridologia é muito mais praticada na Europa do que no continente americano – só a Alemanha e o Reino Unido têm mais de 20 mil iridologistas especializados.
No Brasil, o pioneiro nos ensinamentos de iridologia foi o Professor Gurudev Sing Khalsa, incentivador da prática e divulgação da IrisDiagnose no Brasil.
O Prof. Gauer, sem dúvida o maior iridologista brasileiro, cientista, que escreveu e inovou a Iridologia com seu livro “Através da Iridossomatologia”, publicado em 1996, contribuiu para o avanço das técnicas de diagnose a ponto de ser considerado mundialmente “O pai da Iridossomatologia”.
O olho, como um dos órgãos de maior atividade metabólica do organismo e sensível a grande número de alterações e agressões que o corpo humano possa sofrer, sempre despertou a curiosidade humana e permitiu diagnosticar doenças num tempo em que ainda não havia outros recursos para isso. Impressionados com pesquisas milenares sobre o olho e suas funções, o professor Dr. Arnaldo Valentim Gauer reuniu juntamente com sua equipe, ao longo dos anos (desde da década de 70), em pesquisas e experiências clínicas, um acervo com mais de 130.000 fotografias de pares de olhos das pessoas que viabilizou a criação de um sistema de diagnóstico através da íris dos olhos e para caracterizá-la melhor adotou o termo Iridossomatologia, definida como o estudo fisioanatomopatológico de um corpo em ação, investigando áreas fisiológicas reflexas e que é realizada sobre 15 vectores demarcados nos olhos por uma carta topográfica modular. Esses vetores conduzem informações sobre 15 módulos fisiológicos. Da nova definição decorre que Iridossomatologista é o especialista na confecção, leitura e interpretação de uma iridossomatografia expressa em um Iridossomatograma. O sistema possibilita uma visão integral do rendimento de cada setor corporal do homem como uma entidade em funcionamento sendo suficientemente amplo para imagem do indivíduo total pela sua sobrevivência, conservação e para indicar precocemente desequilíbrios orgânicos em sua fase pre-sintomática e para eliminá-los antes de se tornarem doenças e ainda, quando a doença já aconteceu, o sistema é suficientemente amplo para sinalizar a sua causa. Além do seu aspecto preventivo, o sistema tem obtido resultados equivalentes e convergentes e, por isso, pode ser considerado importante recurso no balizamento do raciocínio médico no tratamento de uma grande diversidade de quadros clínicos.
Analisando uma foto dos olhos, tirada por equipamento especial, ou mesmo observando a íris através de uma lupa associada a uma fonte de iluminação, é possível traçar um perfil da saúde do indivíduo e de suas características utilizando o método de IRIDOSSOMATOLOGIA Gauer, tendo como objetivos, a investigação de causas de enfermidades, a prevenção de problemas, o auto-conhecimento e até de uma atividade física melhor adaptada para cada pessoa.
É, também, um estudo dos órgãos e dos sistemas do corpo através de áreas demarcadas na íris que mostram através de seu aspecto, o estado real de saúde individual, além de fornecer dados sobre o lado psicológico do ser humano. Sinais específicos encontrados nas íris, que já foram estudados criteriosa e cientificamente, podem nos indicar as condições dos tecidos de órgãos diversos do corpo humano, mostrando as condições de resistência ou de intoxicação dos mesmos.
O médico e cientista brasileiro, Prof.º Arnaldo Valentim Gauer, dedicou parte de sua vida ao estudo e aperfeiçoamento das técnicas de iridologia. Em sua caminhada, teve perceiros de estudo fundamentais, como Celso Batello, Rafael Navarrete, Dr. Simeão, Dr. Lunardi e o próprio sobrinho Dr. Luiz Gauer.
Foram as mais de 130.000 fotografias de olhos, coletadas em mais de vinte anos de pesquisas durante consultas clínicas e estudo de casos reais, que possibilitaram ao Dr. Arnaldo Valentim Gauer criar uma tabela detalhada de avaliação da íris de forma precisa, a fim de identificar possíveis problemas.
Outra grande contribuição a iridologia foi dada pelo americanoDr. Denny Johnson, que desenvolveu o método de leitura psicológica dos sinais presentes nas íris, ligando-os ao comportamento que a pessoa possui, possibilitando, a partir daí, entender a causa de um problema físico ou emocional.
A associação destas técnicas possibilita nos dias de hoje uma avaliação física e emocional bastante detalhada da pessoa humana, visando a prevenção e a melhora da qualidade de vida do indivíduo.
No dizer do Professor Gurudev Singh Khalsa, um dos maiores expoentes em Iridologia orgânica e comportamental, no Brasil, “o tecido da íris é o mais complexo do corpo exposto ao mundo externo. A íris é uma extensão do cérebro, fartamente dotada de terminais nervosos, minúsculos capilares sangüíneos e outros tipos de tecido especializado. Conectada a todos os órgãos e tecidos do corpo, via tálamo óptico e sistema nervoso, a íris torna-se uma espécie de “tela de televisão” em miniatura que revela a condição das áreas mais remotas do organismo, por meio das mudanças do reflexo neurológico no estroma e fibras da íris” (IRIDOLOGIA INTEGRADA, Ed. Madras, 2005, p.11).
A Iridologia, ciência em constante desenvolvimento, é hoje uma monumental ferramenta, apta a auxiliar num diagnóstico muito mais preciso, muitas vezes evitando procedimentos mais invasivos na investigação.
É realmente fantástico tudo o que se pode observar nos olhos dos seres humanos.